I Seminário Municipal em Diversidade e Inclusão se constitui um marco na jornada de formação de profissionais
No encerramento do evento, que ocorreu nesta quinta-feira (24/08), educadores e gestores relatam aprendizados que levarão para unidades municipais
Foto-Reprodução
Abrir horizontes, estimular o acolhimento à pluralidade em sala de aula, refletir sobre o papel de todos na construção de uma escola acolhedora. Cada profissional participante do I Seminário Municipal em Diversidade e Inclusão, que se encerrou nesta quinta-feira (24/08), no Centro de Eventos do Ceará, sai com uma definição do que representou os debates realizados no evento. Ao longo de dois dias de atividades, cerca de 6 mil professores, gestores e demais profissionais da Rede Municipal aprenderam mais sobre a temática da educação inclusiva e alguns deles compartilharam o que este momento representou.
A professora Camila Holanda, da Escola Municipal Professor Francisco Maurício de Mattos Dourado, no Edson Queiroz, descreve que o seminário conseguiu aflorar ainda mais o sentimento que tem de acolher a pluralidade dos seus alunos. “Quando falamos em inclusão escolar, isso vai além dos alunos com deficiência, envolve acolher as diferenças como um todo. Acredito na inclusão e penso que o seminário proporcionou aos profissionais a reformulação de ideias de práticas pedagógicas de como trabalhar a inclusão no dia a dia”, considera.
Na jornada da educação municipal há 21 anos, a coordenadora Mary Roselin, do Centro de Educação Infantil (CEI) Secretário Paulo Petrola, na Jacarecanga, compreende o evento como um exemplo de ação da Prefeitura na valorização da Educação Inclusiva: “A gente vê a importância da escola na vida dos alunos e como somos nós que, muitas vezes, levamos informação para desmistificar o preconceito que ainda existe. A educação de Fortaleza realmente tem atuado como um exemplo para outras redes de ensino… eu presencio e vivencio isso dentro do CEI que trabalho”.
Mary lembra de ter recebido na unidade uma mãe que chegou desesperada com o diagnóstico de autismo da filha. “Ela não tinha nenhuma informação e chegou à unidade escolar com medo do preconceito e sem saber como a filha ia se desenvolver. Lembro que a orientamos e falei que a única diferença da criança é que ela ia precisar de mais amor e atenção. Hoje, a aluna está em sala de aula aprendendo como as demais crianças e temos percebido muitos avanços no seu desenvolvimento. Este é apenas um relato do impacto que a escola tem na vida de um aluno e também de toda sua família”, argumenta.
Parceria por uma escola mais inclusiva
A inclusão e diversidade nas escolas é feita por toda comunidade escolar, pondera uma das professoras da Educação Inclusiva da Rede Municipal, Lucia Faria Viana: “Do porteiro à gestão, todos os profissionais devem promover a inclusão na escola. Foi uma surpresa este seminário acontecer na proporção que foi, levando vários agentes que atuam na escola. Quem participou não vai sair do mesmo jeito… a gente repensou a prática pedagógica e refletiu como a inclusão deve acontecer na prática na sala de aula”.
Quem chega agora à Rede Municipal para somar esforços à Educação Inclusiva é o assistente de inclusão escolar Mario Carvalho Branco, que atua na Escola Municipal Marieta Guedes Martins, no Novo Mondubim. Ele é um dos 569 profissionais recém-contratados pela Rede para fortalecer a prática pedagógica nas unidades escolares. Sobre os desafios que vem pela frente, Mauro está otimista: “Este evento vem abrir portas para novos conhecimentos e estou feliz por fazer parte disso. No meu caso, que comecei a trabalhar nesta semana, saio mais preparado. Que venham mais formações para a gente construir uma educação cada vez mais inclusiva”.
Programação do seminário
Durante dois dias de atividades (24 e 25/08), o I Seminário Municipal em Diversidade e Inclusão: escola que acolhe contou com palestras, mesas temáticas, atrações culturais e relatos de superação e resiliência de alunos, familiares e professores das unidades escolares.
O evento, promovido pela Prefeitura de Fortaleza, é fruto do acolhimento de demandas e processo de escuta dos docentes, por meio do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), sendo um marco para a ampliação das ações contempladas na política de formação continuada dos profissionais da educação de Fortaleza, com foco na Educação Inclusiva.
Educação Inclusiva em Fortaleza
Fortaleza é destaque na edição do Censo Escolar 2021, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), sendo a 3ª capital do Brasil em matrículas na Educação Inclusiva e a 1ª do Norte e Nordeste. Atualmente, a Rede Municipal conta com 10.149 alunos matriculados.