Candidato que recebeu mais verba de campanha doou para aliados; quase R$ 1 mi foi para militância
Apesar do montante, o político não conseguiu ser eleito. Ele obteve 47,6 mil votos
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O ex-senador cearense Inácio Arruda (PCdoB) foi o candidato a deputado do Ceará que mais recebeu recursos para a campanha. O político gastou, ao todo, R$ 3.063.182,24, beirando o limite de R$ 3,1 milhões estabelecido pela Justiça Eleitoral para gastos de candidato à Câmara dos Deputados.
Apesar do montante, o político não conseguiu ser eleito. Ele obteve 47,6 mil votos, que reforçaram a legenda do PT, já que os dois partidos estão federados, assim como o PV.
GASTOS
Os maiores gastos da campanha de Arruda foram para financiar atividades de militância e mobilização de rua, totalizando R$ 991,7 mil. Outros R$ 736,7 mil foram gastos com publicidade por materiais impressos. A prestação de contas indica ainda gastos com prestadores de serviço, totalizando R$ 532,9 mil, e impulsionamento de conteúdo, somando R$ 223,2 mil.
Na lista de despesas do político, há, ao todo, 1,3 mil extratos de pagamentos de militantes, totalizando um gasto médio de R$ 734,6 por apoiador.
De acordo com Inácio Arruda, o montante recebido, na verdade, foi uma medida adotada pelo PCdoB para dar transparência aos gastos.“Foi um excesso de zelo do partido, que depositou para mim e distribuímos para os candidatos. Outras siglas enviam diretamente para os candidatos a partir das contas partidárias, optamos por fazer uma distribuição direta para todo mundo ficar sabendo”, disse.
Segundo Inácio Arruda, a ideia era que ele repassasse os recursos aos correligionários. Ao todo, o político aparece como doador de apenas dois postulantes – dos dez lançados pelo PCdoB no Ceará: Anízio Melo (PCdoB) e Stênio Magalhães (PC do B), ambos candidatos à Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE).
O primeiro candidato recebeu R$ 100 mil, já Stênio recebeu R$ 40 mil, dos quase R$ 3 milhões recebidos pela liderança estadual.
“O retorno eleitoral foi muito importante, conseguimos 47 mil votos, foi um desempenho importante face a nossa atuação interna nos últimos anos. Eu estava em uma secretaria que tem papel estratégico, mas tem menos visibilidade, tem uma natureza administrativa. Foi um trabalho que deu muito certo, mas, do ponto de vista da visibilidade, acho que nossa chapa ficou aquém”, concluiu.