Cotada para o Ministério da Educação, Izolda Cela está no meio de um fogo cruzado entre petistas
Nos últimos dias, entidades ligadas ao PT têm feito movimentos para emplacar Reginaldo Lopes; o nome de Izolda também tem seus defensores
Foto: Reprodução/Redes sociais
Ao chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde foi diplomado na tarde desta segunda-feira (12), o presidente eleito Lula (PT) estava acompanhado de sua esposa, Janja, do vice, Geraldo Alckimin, e da esposa dele, Lu Alckmin. O petista foi recebido pelo presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes. Nas imagens, transmitidas em rede nacional é possível ver a governadora Izolda Cela e seu esposo, Veveu Arruda (PT), chegando após a comitiva de Lula, para acompanhar o ato de diplomação dos eleitos.
O fato de Izolda ter chegado ao local ao mesmo tempo que o presidente eleito gerou especulações, na mídia nacional, sobre a possibilidade de ter ocorrido uma conversa entre eles pouco antes do ato. Fontes desta coluna negam que tenha acontecido algum diálogo.As especulações, no entanto, só elevam o nome de Izolda Cela no debate para a indicação de quem comandará o Ministério da Educação. Há um clima de incerteza sobre a definição da pasta no novo governo Lula.
Nos últimos dias, a disputa pelo Ministério ganhou maior dimensão por conta de investidas de setores do PT no Sudeste que desejam ver um correligionário no posto. O nome mais evidente, no momento, é do líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes, de Minas Gerais.
Recentemente, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), cujo comando é ligado ao PT, soltou uma nota em que defende a indicação do parlamentar. Mais do que isso, a nota diz que o comando do Ministério “não deve estar vinculado, portanto, aos setores empresariais na educação”.
Esse trecho foi visto como uma crítica ao nome de Izolda cujo esposo, Veveu Arruda, presta serviços à Fundação Lemann, que tem um trabalho em educação pública e é uma instituição ligada ao empresário Paulo Lemann.
A nota teve outro alvo, segundo o jornal Folha de S. Paulo: Ricardo Henriques, ligado à Fundação Unibanco. Ele é outro nome cotado para o cargo.
PERFIL DE IZOLDA CELA
A governadora cearense tem adotado um tom de discrição. Ela está, inclusive, evitando, conceder entrevistas para evitar questionamentos sobre uma possível indicação para o Ministério de Lula.
O governadora, no entanto, tem um trabalho técnico na área desde que foi secretária de Educação de Sobral, nos anos 2000, e, posteriormente, no Estado do Ceará. Há reconhecido êxito na liderança dela nesta área.
Nos bastidores, porém, nomes como o senador eleito Camilo Santana (PT) têm trabalhado pela indicação. Uma outra possibilidade é o próprio Camilo virar ministro, como forma de contemplar o Estado do Ceará.
Nos próximos dias, a disputa deverá ter um desfecho com a indicação dos demais ministros prometida por Lula para logo após a diplomação.