“Mulheres negras – tecendo vivências e trajetórias” é tema de seminário educacional

Ascom Seduc – Texto
Carlos Gorila – Fotos

A Secretaria da Educação (Seduc) realizou, nesta quarta-feira (22), a abertura do II Seminário Estadual em Educação para as Relações Étnico-Raciais, com a temática “Mulheres negras – tecendo vivências e trajetórias”. O evento segue até sexta-feira (24) e faz parte das ações do Novembro Negro, e também da Semana Estadual da Consciência Negra. A conferência inicial do seminário ocorreu no Complexo Cultural Estação das Artes, em Fortaleza, com a presença do secretário executivo de Equidade e Direitos Humanos, Helder Nogueira. A iniciativa ocorre por intermédio da Coordenadoria da Educação Escolar Indígena, Quilombola e do Campo.

Helder Nogueira ressalta os avanços obtidos pela educação do Ceará, no que se refere à busca pela equidade étnico-racial na rede pública estadual de ensino.

“Estamos, em 2023, completando 20 anos da Lei 10.639, que estabeleceu as diretrizes e bases para incluir no currículo oficial a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’. Ao longo de todo esse ano, nossas escolas se organizaram para trabalhar na perspectiva de uma educação antirracista e esse seminário é a culminância de toda a programação. O trabalho ocorreu em diferentes frentes, como currículo, gestão democrática, protagonismo estudantil e avaliação. A escola precisa se enxergar como antirracista e planejar toda a sua estrutura neste sentido, com a superação de um cenário histórico de discriminação. Queremos ter na escola um espaço de esperança e de sonhos”, frisa o gestor.

A secretária executiva da Igualdade Racial, Martír Silva, também esteve presente na abertura do evento e destacou o debate como essencial para as escolas. “A educação, como política pública, é o campo de formação de pessoas, de ideias e de compreensões de mundo. É importante termos uma perspectiva antirracista, contemplando as diversidades étnico-raciais, o respeito e a compreensão de que pessoas negras não são apenas portadoras de direitos, mas que precisam ser valorizadas como integrantes da composição social brasileira. É na educação que a gente rompe o racismo, sobretudo a partir de revisões das narrativas de fatos históricos”, observa.

A mesa de abertura foi composta, ainda, pela coordenadora do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial, Glória Bernadino; pela diretora da Escola de Ensino Médio (EEM) Professora Eudes Veras, Maria Elisângela do Espírito Santo; pela estudante Ellen Sthepany Santos de Andrade, da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Jaime Alencar de Oliveira; e pela coordenadora do Movimento Negro Unificado, Vilanir Oliveira.

Ao longo dos três dias de seminário, serão realizadas mesas redondas, salas temáticas para a troca de ideias, além de oficinas sobre identidades de raça e gênero; produção de materiais didáticos-pedagógicos na temática; orientações curriculares; racismo religioso; letramento racial e pedagogia de quilombo.

O objetivo central da agenda é fortalecer a construção de uma educação antirracista, além de facilitar o compartilhamento de experiências que se configurem como boas práticas de gestão escolar no enfrentamento ao racismo estrutural. A propósito, o encerramento do seminário será marcado pela solenidade de premiação do I Edital do Selo Escola Antirracista, processo que certificou 31 escolas da rede pública estadual em boas práticas na área da Educação para as Relações Étnico-Raciais. A cerimônia terá início às 10h15 de sexta-feira.

Valorização

O Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), reconhece a importância do debate em torno das relações étnico-raciais nos ambientes de ensino e aprendizagem, para a promoção da justiça social e da cultura antirracista. Com esta premissa, a temática vem sendo abordada ao longo de todo o ano letivo de 2023 nas escolas da rede pública estadual, perpassando tanto o currículo, como as interações pessoais em suas diversas formas.

A Seduc já tem avanços consolidados nesta área, possuindo inclusive uma equipe dedicada à causa das relações étnico-raciais. Além disso, o órgão já publicou e-books e promoveu curso direcionado a educadores, entre outras ações.

Fonte da matéria:https://www.ceara.gov.br

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