No Dia do Circo, SPS celebra a arte de fazer rir, encantar e transformar vidas

Rafaela Leite – Ascom SPS – Texto
Beatriz Souza – SPS – Fotos

Arte-educadora no Circo Escola Palmeiras, Eliana Sousa narra suas vivências com o mundo mágico e transformador que só existe sob a lona

Um mundo mágico que começa no picadeiro, toma forma na lona e se estende pelo imaginário popular e cultural de crianças e adultos de todas as idades. Neste 27 de março, quando é lembrado o Dia Nacional do Circo, a Secretaria da Proteção Social (SPS) conta a história de uma das educadoras dos Circos Escolas e celebra uma das formas de arte e entretenimento mais tradicionais de nosso País. Deste universo, que passeia pela alegria dos palhaços, pela ansiedade dos números arriscados e pela memória do público.

Na vida da arte-educadora do Circo Escola Palmeiras, Eliana Sousa, 40 anos, o passeio é interno e perpassa uma relação de 32 anos, não só com o espaço, mas com a arte circense e seu poder de transformação. Para ela, o circo não é itinerante. É lugar fixo, com endereço certo, que viaja por memórias e transpassa a vida de centenas de crianças e adolescentes do Conjunto Palmeiras.

Eliana conta que conheceu o equipamento aos oito anos de idade, quando ele foi construído na rua de sua casa. Na época, não sabia que a estrutura gigante, com lonas azuis e amarelas, se tornaria o seu segundo lar. “Esse espaço representa um refúgio, representa a minha profissão. Traz um círculo familiar para a minha vida, porque a maior parte da minha vida foi vivenciada aqui dentro, então é como se o circo fosse a minha casa. Se o circo fosse a minha família”, reflete.

Ainda pequena, ensaiava os passos do ensino, enquanto brincava com as amigas. “Eu já sonhava com isso, em ter uma oportunidade de ser arte-educadora desde a minha infância. Pegava minhas amigas, começava a ensaiar em casa, derrubava uma menina, treinava outra. Na atividade em si eu gostava muito de ajudar a arte-educadora”, lembra.

Foram nove anos como beneficiária, ao longo dos quais fez atividades de lira, cabelo de aço, corda indiana, passeio aéreo, perna de pau. A oportunidade de ser educadora surgiu aos 22 anos. “Aqui eu ensino contorcionismo, mas eu faço locução, apresentação de espetáculos, maquiagem, pintura facial. Fora daqui, eu trabalho como recreadora em animação de aniversários, que eu também herdei aqui de dentro”, conta ela.

Entre as alegrias de trabalhar no Circo, está a relação com os beneficiários do espaço. “Você vê ali, quando eu chego, todos os dias aquele abraço, a alegria, a gratidão. Eu posso vir triste, cheia de problemas de casa, mas quando eu entro naquele portão parece que Deus renova as minhas forças. Por eu ter vivenciado na fase de beneficiário, eu me sinto na obrigação de retribuir o que um dia fizeram por mim, para eles hoje”, afirma.

Em suas palavras, o trabalho do circo é multiplicador. “Pelas minhas mãos já passaram vários beneficiários que hoje já são educadores. Hoje tem beneficiários formados em História, agrônomo. Então, são muitos os meninos que hoje se tornaram profissionais, mesmo que não seja na área do circo, mas que hoje estão qualificados nas suas áreas e dizem que não esquecem do conselho que a gente dava, porque eu sempre digo pra eles que não desistam, que continuem estudando, corram em busca dos seus sonhos. E a gente vê. ‘Olha, tia, eu me lembro daquele dia da roda de conversa que você fez com a gente, e hoje eu estou aqui’”, fala emotiva.

Hoje, a tradição circense, que cresceu junto a ela, mora também nas duas filhas, beneficiárias do projeto nas atividades de contorcionismo, palhaço, monociclo e trapézio. “A minha relação com a arte circense é a minha vida, o meu mundo mágico, a minha história. É a arte que tem o poder de libertar, de tratar. De transformar”.

Circos Escolas

Geridos pela SPS, os circos-escolas são unidades educativas, artísticas e culturais, que atendem crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos de idade. Através das atividades circenses, eles aprendem a trabalhar em equipe, a superar desafios e a lidar com situações diversas de forma lúdica e divertida. A SPS conta com dois Circos-Escolas, no Palmeiras e Bom Jardim, que atendem até 200 crianças cada. Atualmente, 96 meninas participam das atividades no Circo Escola Palmeiras, e 85 meninas são atendidas na unidade do Bom Jardim.

Fonte da matéria: governo do estado do ceará

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