Fábrica em Caucaia vai receber R$ 165 milhões em investimentos e prevê produzir telhas fotovoltaicas
Ao todo, a unidade instalada no Complexo do Pecém terá capacidade de produzir 14 mil toneladas por mês e deverá gerar 160 empregos diretos na fase de operações
Foto: Divulgação
A pedra fundamental da primeira fábrica da Eternit no Ceará será lançada nesta terça-feira (23), confirmando um investimento de R$ 165 milhões a ser instalado no Complexo do Pecém, em Caucaia.
Em entrevista exclusiva à coluna, Luís Augusto Barbosa, presidente da empresa, comentou sobre os planos de dobrar a produção inicial em dois anos e a previsão de expansão das operações para produzir telhas fotovoltaicas após os primeiros 6 meses de atividade.
De acordo com o executivo, os aportes feitos no Ceará são estratégicos e estão focados em explorar o mercado na região Nordeste, ultrapassando as barreiras estaduais. Barbosa ressaltou haver um “gap” no setor da construção civil local para o uso de telhas de cimento, que serão produzidas pela fábrica da Eternit. O cenário abre bons espaços para entrada no mercado e para negociação de contratos com construturas cearenses.
A empresa de capital aberto, que atua no setor de cobertura e sistemas construtivos, no entanto, já começou a atender o mercado cearense através da infraestrutura já montada na Bahia, seguindo uma estratégia de absorver parte dos custos lógicos mais elevados para garantir o fornecimento no Ceará.
“Nós temos um planejamento de crescimento e temos o frete como fator relevante para o cliente final, então queremos aumentar a cobertura de mercado, tendo mais fábricas pelo País. Temos unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Bahia, mas a expansão nas regiões Nordeste e Norte é um dos nossos objetivos. Fizemos uma análise de mercado e vimos que o Ceará seria um bom mercado na região”.
“Queremos atender o Ceará, mas atender estados vizinhos também. Esse é um mercado com uma predominância das telhas de cerâmica, mas essa realidade se deve a falta de um fornecedor das telhas de cimento, e vamos chegar para resolver essa questão”, completou Luís Augusto.
DETALHES DO INVESTIMENTO
A nova fábrica da Eternit, que terá obras começando daqui a duas semanas, terá capacidade, quando completa, de produzir 14 mil toneladas por mês a partir do funcionamento de duas máquinas, cada uma responsável por 7 mil toneladas ao mês. O segundo equipamento, no entanto, deverá estar ativo apenas após dois anos de operação.
Apesar da estruturação de planos durar alguns anos, Luís Augusto revelou que a expectativa é vender até 80% da capacidade inicial (50% do total de 14 mil toneladas) até o fim de 2022. A previsão é que a planta inicie operações apenas no segundo semestre de 2023.
Além da ativação da segunda máquina, o presidente da Eternit falou que a empresa já prevê produzir telhas de cimento com equipamento fotovoltaico para a geração de energia solar após 6 meses do início das operações.
“Estamos com trabalho de pré-marketing agora, atendendo clientes a partir de Salvador, até absorvendo custos para nos tornarmos mais competitivos. Mas a fábrica será a mais moderna de fibra de cimento do Brasil, trazendo equipamentos vindos da Áustria, e o projeto é para 14 mil toneladas de capacidade por mês”, explicou Luís Augusto.
Ao todo serão gerados, durante a fase de construção da fábrica, 100 empregos diretos, e 300 indiretos no pico do processo de estruturação. Já na fase de operação, serão 160 empregos gerados diretamente.
A planta produtiva da Eternit terá 14 mil metros quadrados (m²) de área construída.
MERCADO CEARENSE
Segundo o presidente da Eternit, o potencial do mercado cearense foi um dos principais atrativos para a definição dos planos de investimento. Contudo, as condições do Complexo do Pecém (onde fica localizado o Porto do Pecém) também foram levadas em conta, considerando os ganhos logísticos percebidos pela atividade no terminal.
“O fator determinante foi o mercado local, mas consideramos as facilidades de estar no Complexo de Pecém, teremos um vizinho de muro que é fabricante de cimento também e os insumos poderão vir por cabotagem. Também usamos celulose, que vem do sul do país ou importada e essas questões logísticas contam. No frete de venda é mais comum usar transporte terrestre, mas para o Norte poderá fazer sentido exportar usando barcos”, revelou.