Renda cresce 6,6% em um ano e massa salarial atinge recorde histórico
Pela primeira vez na série histórica da Pnad, massa salarial supera R$ 308 bilhões. Taxa de desemprego segue em queda, com menor índice para um trimestre encerrado em março desde 2014
Eduardo Biagini | Agência Gov via IBGE
Arquivo/Agência Brasil
Rendimento dos trabalhadores da indústria cresceu 7,5% em um ano
A massa de rendimento dos trabalhadores, que é a soma dos rendimentos de toda a população ocupada no país, aumentou 6,6% em um ano e atingiu novo recorde da série histórica iniciada em 2012. Entre janeiro e março deste ano, o valor chegou a R$ 308,3 bilhões, R$ 19,2 bilhões a mais na comparação anual. No trimestre encerrado em março, o ganho médio da população ocupada foi de R$ 3.123.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (30/4).
Já a taxa de desocupação segue em queda, com um recuo de 8,8% entre janeiro e março de 2023 para 7,9% no primeiro trimestre deste ano. Essa taxa foi a menor já registrada para um trimestre encerrado em março desde 2014. Na comparação com o trimestre anterior encerrado em dezembro de 2023, o índice apresentou alta de 0,5 ponto percentual. A população desocupada diminuiu 8,6% em um ano, chegando a 8,6 milhões de pessoas. Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, observa que “o movimento sazonal desse trimestre não anula a tendência de redução da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos”.
A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), no trimestre de janeiro a março, chegou a 108,8 milhões de pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi a 57% entre janeiro e março, recuando 0,6 ponto percentual frente ao trimestre anterior. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 3,5% (mais 1,3 milhões) no ano. São quase 38 milhões de pessoas no total.
Leia também: Mais de 244 mil novas vagas com carteira assinada em março. Em um ano, 1,6 mi
Leia também: Emprego e salário ajudam a impulsionar recorde nos rendimentos
Rendimento do trabalho permanece em alta
Uma das consequências do volume de emprego com carteira foi que o rendimento médio das pessoas ocupadas teve alta de 1,5% no trimestre e de 4% na comparação anual. Entre os grupamentos de atividade investigados pela Pnad Contínua, a comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2023 indica altas no rendimento de Transporte, armazenagem e correio (4,3%, ou mais R$ 122), Outros serviços (6,7%, ou mais R$ 158) e Serviços domésticos (2,1%, ou mais R$ 25), sem variações significativas nos demais grupamentos.
Frente ao primeiro trimestre de 2023, houve altas no rendimento da Indústria (7,5%, ou mais R$ 215), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,9%, ou mais R$ 96), Transporte, armazenagem e correio (7,1%, ou mais R$ 198) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,6%, ou mais R$ 152). Os outros grupamentos não mostraram variação significativa.
Mais sobre a pesquisa
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.
É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.
Consulte os dados da PNAD no Sidra. A próxima divulgação da PNAD Contínua Mensal, referente ao trimestre encerrado em março, será no dia 30 de abril.
Fonte: Governo Federal