Museu do Ceará promove projeto de arte urbana para celebrar Cultura Afro-Brasileira
Ascom Secult – Texto e Foto
Em uma colaboração inovadora, o Museu do Ceará (Musce) promoveu o projeto “Museu vivo, cidade e pessoas: Arte Urbana como dispositivo de ressignificação do Anexo Bode Ioiô – Museu do Ceará”, em parceria com o Grupo Meio Fio de Pesquisa e Ação (GMFPA), vinculado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). O projeto foi desenvolvido por artistas, pesquisadores e educadores, realizando intervenções artísticas nos portões e no interior do Anexo Bode Ioiô, atual sede do Musce. Os painéis artísticos celebram os 20 anos da Lei no 10.639/2003, que incluiu no currículo nacional a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, sendo uma representação vívida da diversidade racial e cultural e promovendo a valorização da história da população negra no Brasil.
“O Musce, por meio da execução do painel artístico, firma o compromisso de realizar ações que rompam com a perspectiva da ‘história única’ — comumente apresentada do ponto de vista do indivíduo branco-português. Isso envolve recontar fatos, ressignificar conteúdos, termos e conceitos e inserir na história do Ceará, de forma positiva, a história de quem predominou na construção do Brasil, por sua predominância populacional e pela amplitude de suas manifestações culturais, a população negra”, explica Raquel Caminha, gestora do Museu do Ceará.
Primeira instituição museológica do Estado, com mais de 90 anos desde sua fundação, em 1932, o Musce busca uma nova forma de se conectar com a sociedade cearense. Com a parceria com o GMFPA, que atua desde 2008 em práticas reflexivas em arte pública, articulando ensino, pesquisa e extensão, o Museu se prepara para se tornar um espaço que promoverá a reconexão com a sociedade cearense, envolvendo artistas de rua e movimentos sociais.
“Intervir nas paredes do Museu do Ceará foi contar histórias e formas que vêm do território onde habito, em seu fazer cotidiano e nas memórias trazidas pela força da oralidade, nos sertões e praias, lugares de afetos e muitos aprendizados partilhados por mestres e mestras de saberes, de reexistências e encantarias. Tenho como processo de criação o rememorar, para falar de um lugar de potências, de culturas fervilhantes, das corpas que diariamente redesenham a paisagem, construindo outros cotidianos possíveis” explica o artista Miguel Naturê, que participou da ação no equipamento. Além de Miguel, também participaram da ação Hirlan Moura, Bruna Acioly e Nick Pereira.
Elementos
O projeto incorpora elementos significativos da Cultura, como máscaras africanas, representando a espiritualidade; uma representação do movimento “Black is Beautiful” (em português “Negro é lindo”), que busca combater estereótipos de beleza; referências ao Bumba meu boi, importante manifestação cultural afro-brasileira; e a celebração do Carnaval como instrumento de resistência e visibilidade para ícones negros historicamente negligenciados.
As intervenções têm como objetivo ressignificar o espaço cultural e promover diálogo com diferentes públicos e fará parte da experiência cultural dos visitantes até maio de 2024. O painel artístico conta com o patrocínio da empresa cearense Fortaleza Tintas, da brasileira Coral Tintas e da multinacional Sherwin Williams.
Sobre o Museu do Ceará
O Museu do Ceará é um espaço que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece), da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará). O acervo do Musce está aberto para atendimento de pesquisadores de segunda a sexta, das 9h às 16h, mediante agendamento via e-mail musce@secult.ce.gov.br. Mais informações podem ser obtidas por meio do telefone (85) 99726-1709.
Fonte da matéria:https://www.ceara.gov.br